Professores da Universidade Federal do AM decidem suspender greve

13-09-2012 09:38

A greve dos professores na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) deverá ser suspensa na segunda-feira (17). A decisão foi tomada, na tarde desta quarta-feira (12), em assembleia realizada no Auditório Eulálio Chaves, no campus localizado na Zona Sul de Manaus. A paralisação durou 119 dias.

No total, 133 votos decidiram pelo fim da paralisação. Nove foram favoráveis à manutenção da greve e três se abstiveram. Os professores decidiram pela suspensão unificada com o movimento nacional na segunda-feira (17). As aulas deverão ser retomadas na terça-feira (18).

O presidente da Adua, Antônio Neto explicou que a assembleia optou pela suspensão da greve, mas que a decisão ainda vai passar pelo Comando Nacional de Greve (CNG). "Decidimos que faremos uma suspensão unificada da greve. Isto significa que vamos submeter a nossa decisão ao Comando Nacional de Greve (CNG), afinal, o comando representa todas as assembleias do Brasil. Só suspenderemos a greve de fato se a maioria das assembleias no país estiver de acordo. Uma assembleia na segunda-feira avaliará o que for discutido no CNG", disse.

Antônio Neto ressaltou que a luta continua. "Estamos optando agora por um tipo de luta que não é tão contundente, porém é de muito mais alcance em longo prazo. Toda vez que acontecer uma discussão de um Projeto de Lei estaremos nos mobilizando, até mesmo fazendo novas paralisações, para possibilitar, por exemplo, nossa presença em Brasília", informou.

A paralisação superou o recorde da greve mais longa da história recente das universidades públicas brasileiras. Em 2001 foram 110 dias. Os professores continuaram em greve mesmo com o fim da paralisação dos técnicos administrativos e do anúncio da saída de greve de outras categorias do serviço público federal.

Em assembleia realizada no dia 21 de agosto, os professores aceitaram a contraproposta do Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), mas decidiram manter a greve até que fosse feita a reestruturação da carreira e a melhoria de condições de trabalho.

A contraproposta aceita pelos docentes mantém a reestruturação da carreira com 13 níveis remuneratórios, mas altera o valor do piso salarial inicial para R$ 2.018,77 (que inclui professor graduado e com carga horária de 20 horas semanais). Na proposta anterior, o piso tomava como referência o salário mínimo estimado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme o cálculo de julho, esse valor é R$ 2.519,97.

Em relação ao percentual dos degraus entre níveis, a categoria baixou o interstício de 5% para 4% com a contraproposta. A flexibilização indicada pelo Andes-SN "projeta a malha salarial entre o piso e o teto propostos pelo governo", aborda trecho de comunicado especial divulgado pelo CNG e lido, na íntegra, durante a reunião do dia 21.

No dia 20 de agosto, os professores declararam que a reitora da universidade, Márcia Peralles, se comprometeu em não aderir a possíveis 'cortes nos pontos' dos grevistas, ou seja, colocar como falta na folha de pagamento os dias em que os professores estiveram em greve. A medida havia sido aconselhada pelo Ministério do Planejamento.

De acordo com a Reitoria, em decorrência da paralisão docente, o calendário acadêmico foi comprometido. O segundo semestre deveria ter iniciado no último dia 6 de agosto.

Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e coordenador do Comando Local de Greve (CLG), professor Antônio Neto, 95% do professores do quadro docente da Ufam aderiram à greve da categoria. As atividades de todos os cursos de graduação foram paralisadas.

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